Buquê

Delicados e belos... São os buquês

Como nos filmes de romances melosos eu sempre pensei que de alguma maneira receber flores sempre fosse a das maiores formas de demonstração de amor. Foi quando recebi dele as primeiras rosas cor de rosa que toda garota sempre sonhou. Seus tons eram vibrantes, cada pétala parecia ser desenhada a mão, cada detalhe. A verdade é que elas beiravam a perfeição. 

Me despedi dele com um beijo e carreguei comigo o buquê durante toda viagem até em casa com um sorriso no rosto. Chegando na cozinha peguei o jarro de água da geladeira - o único que havia - e esvaziei despejando outra da torneira com a temperatura mais agradável. Percebi naquele momento que eu precisava comprar um jarro mais bonito para colocar aquelas rosas, assim elas decorariam minha mesa de centro na sala. E claro, se juntariam com a minha coleção de cactos. Sempre amei cactos, são resistentes e pouco precisam de cuidados. 

Uma semana depois do encontro por qual não tirava da minha cabeça, ele me ligou. Era um domingo de manhã quando eu tomava meu café e lia "Cartas para Julieta". Atendi o celular com uma saudação contente, aliás, ele me chamaria para sair de novo - foi o que eu pensei -. Mas depois do meu "Oi", a outra e única breve palavra que pude falar foi "Tchau". A voz dele não expressava sentimento, não era alegre, nem triste, nem irritado, nem nada. Era apenas sons que saiam de sua garganta. Um desses sons foi "Eu não sei, não acho que você seja a pessoa certa para mim". Em seguida veio o meu "Tchau" que carregava no seu timbre tristeza. Abaixei a cabeça e meus olhos se encheram de lágrimas, olhei para mesa na sala e vi que as rosas que havia ganhado estavam murchas. Sua cor intensa havia desaparecido e as pétalas - as poucas que haviam sobrado - estavam com um aspecto mastigado. Abaixei a cabeça e levantei novamente, olhei para a minha coleção de cactos... E lá estavam eles como de costume... BELOS.

Belos são os cactos

Autoria: Thawan Marques