Aquele tempo. Que saudades daquele tempo em que íamos a bares e boates e nos divertimos anoitada. Quando eramos jovens e sonhávamos em um futuro perfeito, que tudo iria dar certo e que iriamos ser muito bem sucedidos profissionalmente. Bom... era tosco demais sonhar que eu, um caixa de supermercado, poderia crescer de alguma forma na vida. Enquanto ela, havia esperanças. Sempre foi muito inteligente, queria se formar em medicina e conseguiu. Me senti mal por não poder pagar nem o nosso apartamento, era ela que pagava. Vinha de uma família rica a qual não lhe davam atenção, mais que todo mês a mandavam dinheiro, oque era as vezes 10 vezes do que eu ganhava, eles chamavam de pensão. Mas continuamos nos amando, ela me dizia que estaria ali quando eu fosse precisar, e esteve... pelo menos até os 2 anos, depois que começou a trabalhar em um hospital público da cidade. Mal ficava em casa, nunca tinha folga, chegava em casa me dava 'boa noite' e corria pro quarto para dormir. Nunca a culpei por isso, entendia que como médica devia ter seus deveres que não eram poucos. Porém também não podia fingir que estava tudo bem, me sentia só e não entendia o porque dessa solidão. Ela dizia que me amaria para sempre. Sentia como se fossemos meros amigos de quarto na faculdade( mesmo nunca tendo entrado numa ) que nem mesmo transavam. Nós éramos muito ativos a nossa relação sexual, mais nem isso tivemos mais. Tomei coragem para conversar sobre nosso relacionamento... Mas ela nem me deu bola, respondia bocejando, o que mais parecia que estava zoando com minha cara. Me irritei e quebrei a mesa de centro da nossa sala que havia lhe dado no dia das mães. Se ela não tivesse abortado o nosso bebê de 3 meses sem meu consentimento. Depois do meu ato de fúria coloquei minha jaqueta sobre minha roupa do trabalho( uma blusa social azul xadrez ) e sai pela porta batendo-a muito forte para demonstrar minha raiva naquele momento. Vi o seu rosto assustada quando eu estava para sair. Me sentei na beira da calçada e fumei um cigarro. Depois fui a um bar para ficar loucão e esquecer tudo daquela noite. Chegando lá encontrei o meu chefe bebendo, ele me pagou a bebida, já que sai tão rápido de casa que esqueci minha carteira. Bebemos uísque do bom. Nunca fui chegado a uísque, aquele gosto amargo era insuportável, me perguntava como alguém poderia tomar aquilo. Mas naquele momento tudo que tomava me descia como coca-cola. Fomos jogados fora do bar pelo dono, não me lembro o porquê... Rimos feito loucos da cara das pessoas, parecíamos grande astros do rock, todos nos olhavam ao passar cambaleando para lá e para cá. Chegando em casa bati na porta várias vezes gritando o seu nome para que atendesse a porta, sem nenhum retorno. Gritei. Chorei. Então que ela me abre a porta depois de alguns 15 eternos minutos, jogando minhas coisas na rua. A perguntei o porque daquilo, mesmo sabendo a resposta. Enfurecida me empurrou para que eu não entrasse, reagi segurando-a com força no seu pescoço fino e delicado. E levei-a até a parede, lhe olhei com olhos de quem estava a beira de cometer algo desastroso. Seus olhos estavam brilhando pedindo socorro em sussurros, já que não podia falar direito. Naquele momento refleti todas nossas felicidades, tudo que havíamos feitos juntos. Mas depois de tanto pensar me lembrei de como ela me largou e a crueldade que tinha feito com o nosso fruto de amor, nosso filho que levava em sua barriga. Taquei várias vezes sua cabeça contra a parede com toda força que tinha.
— Como pôde fazer isso com alguém que você "ama" — Falou o delegado com um tom de desprezo.
— Eu a amava! Não ouse negar isso! — Respondeu o réu aos choros de raiva.
— Ela estava grávida de 5 meses, rapaz... grávida! você é o assassino se duas pessoas inocentes! —retrucou o delegado.
— Grávida? Não pode ser meu! — Disse amarguradamente.
O réu havia percebido naquele momento que tinha sido traído, sua amada agora morta, estava grávida de outro homem. Um secretário do hospital era seu amante.
Agora desmaiada no chão, entrei em desespero. Oque me fez mais uma vez ter um ataque de fúria. Peguei uma tesoura que estava na bancada da cozinha e enfiei várias e várias vezes por todo seu corpo. Vi todo aquele sangue e reparei no ato diabólico que acabaria de ter feito. A abracei chorando e pedindo desculpas, oque já era tarde. Estava morta, eu a matei.
— Como pôde fazer isso com alguém que você "ama" — Falou o delegado com um tom de desprezo.
— Eu a amava! Não ouse negar isso! — Respondeu o réu aos choros de raiva.
— Ela estava grávida de 5 meses, rapaz... grávida! você é o assassino se duas pessoas inocentes! —retrucou o delegado.
— Grávida? Não pode ser meu! — Disse amarguradamente.
O réu havia percebido naquele momento que tinha sido traído, sua amada agora morta, estava grávida de outro homem. Um secretário do hospital era seu amante.
— Ah, então a matou por ter lhe traído, estou certo? — Interrogou o delegado.
— Não! Eu não sabia de nada. Não pode ser verdade. — Respondeu em prantos. — Ela abortou nosso bebê com 3 meses e esse verme que matei já estava com 5 meses! Ela nunca quis uma família comigo. Aquela mentirosa! Confiei nela como ninguém — Soluçava a cada palavra — Nunca cheguei a pensar que poderia estar me traindo...
O rapaz que não entendia o porque daquela solidão que tinha com sua amada, estava feliz com o seu ato, não se arrependeu por nenhum momento. Agora sabia a verdade.
E atrás das grades numa cela solitária ele entendia oque era solidão e o porque dela.
Autor: Thawan M. Rodrigues
Título: Amarga Solidão
Muito bom o texto, e triste infelizmente, mas bem interessante e bom para se refletir em como tratamos as pessoas!!! Parabéns.
ResponderExcluirPs: Passe lá pelo meu blog para conhecer: http://karinaluzmakeup.blogspot.com.br/
Um beijo!
Oi Karina, fico super feliz que tenha gostado do meu texto... é o primeiro de muitos que vou começar a fazer e postar aqui no blog. Que bom que gostou♥ Obrigado!
ExcluirClaro, irei visitar sim! :)
Um abraço. ☺